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04/02/2003
Beber álcool reduz risco de derrame, diz estudo

Duas doses de bebidas alcoólicas por dia pode reduzir em quase 30% o risco do caso mais comum de derrame cerebral. Entretanto, tomar cinco ou mais doses por dia pode reverter esta situação e agravar o risco de derrame em cerca de 70%, segundo um estudo publicado hoje.
As descobertas da Escola de Saúde Pública e Medicina Tropical da Universidade Tulane, em Nova Orleans, foram baseadas nas análises de 35 estudos anteriores, publicados entre 1966 e 2002.

"Nosso estudo sugere fortemente que reduzir o consumo de álcool em pessoas que bebem muito deve ser uma importante medida para a prevenção de derrame cerebral na população em geral", afirma o relatório da pesquisa, publicado na edição desta semana do Journal of the American Medical Association.

"Também sugere que o consumo moderado de álcool reduz o risco de derrame isquêmico. No entanto, as implicações desta descoberta devem ser examinadas cuidadosamente", acrescenta o relatório.

"Qualquer conselho em relação ao consumo de álcool deve se encaixar aos riscos individuais e potenciais benefícios a cada paciente".

Um derrame isquêmico ocorre quando um coágulo sanguíneo interrompe o fluxo de sangue para parte do cérebro. Estes casos correspondem a 80 por cento do total de derrames cerebrais. Os demais são derrames hemorrágicos, provocados pela ruptura de um vaso sanguíneo no cérebro.

Os pesquisadores disseram que a combinação dos dados de estudos existentes mostraram que pessoas que pessoas que consumiram mais que 60 gramas de álcool por dia -- cerca de cinco ou mais doses -- tiveram um aumento médio de 64% no risco de ter qualquer tipo derrame em comparação com pessoas que não bebiam nada.

O risco de eles terem um derrame isquêmico era 69% maior e o risco de um derrame hemorrágico aumentava em cerca de 50%, disseram os pesquisadores. Já o consumo de menos de 12 gramas de álcool diariamente -- uma dose de bebida -- reduzia o risco de derrame isquêmico em 20%, e de 12 a 24 gramas de álcool por dia, em 28% em relação aos abstêmios, apontou o estudo.

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