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16/12/2020
O Barão de Serra Branca

Tipo de notícia: Turismo
O Barão de Serra Branca

A Casa do Barão e da Baronesa de Serra encontra-se no município de São Rafael/RN.

O Barão de Serra Branca se chamava Felipe Neri de Carvalho e Silva. Ele nasceu em Santana do Matos em 2 de maio de 1829 e morreu em 16 de julho de 1893, nos arredores de Caicó, quando retornava da sua visita à Padre Cícero em Juazeiro do Norte. Filho de pequenos proprietários rurais, se tornou com o tempo um dos grandes pecuaristas do Estado, cujo rebanho era um dos maiores da região. Era também tocador de rabeca. Seu título de Barão foi comprado por 15 mil contos de réis, sendo concedido em 19 de agosto de 1888, pela princesa Isabel. Na série “Redescobrindo o Rio Grande do Norte”, publicada na TRIBUNA DO NORTE em 2009, o Barão de Serra Branca é lembrado por ter libertado seus escravos antes da Lei Áurea, em 30 de março de 1888.

Belisária Lins Wanderley

A Baronesa 

Felipe Neri foi casado com Belisária Lins Wanderley, nascida no dia 13 de agosto de 1836, filha de Manuel Lins Wanderley e Maria Francisca da Trindade Wanderley, irmã do poeta Luiz Carlos Lins Wanderley, primeiro médico diplomado no RN e primeiro romancista do Estado, autor do livro “Mistérios de um homem rico", de meados de 1870. O casal não deixou descendentes diretos. A fazenda de Serra Branca foi construído por volta de 1880. Era a casa de campo do casal, que residia oficialmente em um belo sobrado na cidade de Assu.

Abolicionista convicto, Felipe Néri libertou os seus escravos e, posteriormente, d. Belisária, como era conhecida na cidade, banqueteou-os, ela própria servindo-os à mesa. Talvez por influência deste gesto de desprendimento e magnanimidade, o município do Açu, poucos anos depois, referendava aquela iniciativa, estendendo o benefício a todos os escravos ainda existentes em seu perímetro. Isto deu-se a 24 de junho de 1885, portanto ainda três anos antes do que determinaria a referida lei.

Após a morte do velho Coronel Manuel Lins Wanderley (1878), pai da baronesa, o casal mudaram para um sobrado onde a abolicionista foi criada. Após a morte do Barão, ocorrida no dia 16 de julho de 1893, a Baronesa permaneceu residindo no suntuoso prédio até por volta de 1925, indo residir na capital potiguar. A Baronesa faleceu no dia 13 de abril de 1933, em Natal. Foi a última titular do Império, no Rio Grande do Norte. Os corpos do Barão e da Baronesa foram sepultados num mausoléu no cemitério São João Batista em Assú.

O Filme

A história da abolição dos escravos de Serra Branca se transformou em filme em 2018, produzido pelos próprios artistas da cidade. O longa-metragem teve como protagonistas o mister da cidade e uma professora de música.

Segundo o produtor da obra “A baronesa de Serra Branca”, Paulo Sérgio de Sá Leitão, o barão Felipe Neri de Carvalho Silva e a baronesa Belisária Lins Wanderley marcaram a história do Rio Grande do Norte. Além disso, eles mesmo sendo donos de escravos, eles não tratavam diferente e sentiam culpados. As primeiras gravações da obra começaram em fevereiro de 2017, com cenários originais da época, como a atual Casa de Cultura de Assu, onde no passado foi a residência oficial dos barões e a Fazenda Serra Branca, que dá título ao filme e é localizada no município de São Rafael, também no Alto Oeste do estado.

O filme também relata os momentos de solidão da Baronesa, que após perder o seu único filho e o esposo, passa os últimos anos de vida sozinha em seu casarão, morrendo aos 95 anos.

A equipe técnica e atores do longa é composta por pessoas da região. A baronesa é interpretada por Josyanne Talita, de 27 anos, que é professora de música e teve nessa produção sua primeira experiência como atriz. “Foi uma responsabilidade muito grande que recebi. Mas todos tiveram paciência e foram no meu tempo, aí fiquei mais confiante a à vontade”, disse ela.

      

Já Alyson Santos, de 32 anos, é o atual mister de Assu e faz o papel do barão. A baronesa de Serra Branca conta ainda com a participação de poetas, seresteiros e grupos de capoeira e dança africana. O financiamento da obra foi através da própria equipe que compõe o filme e contribuição de parceiros.

Ruínas

Essas construções remetem ao passado rural do sertão potiguar onde o binômio gado/algodão caracterizava a economia e a sociedade era formada por uma pequena fração de grandes proprietários rurais e em seu entorno, viviam trabalhadores sob condições diversas, além da presença de escravos no interior da Casa Grande. O Casarão foi tombado, em 2007, pela Fundação José Augusto (FJA). O conjunto arquitetônico está localizado a 14km da zona urbana de São Rafael, em Serra Branca, uma área de assentamento do Incra. É o último vestígio ligado à velha São Rafael, cidade que foi tomada pelas águas da Barragem Armando Ribeiro em 1983, ganhando a alcunha de “Atlântida do Sertão”. Nessa região, no início de 1880, o Barão possuía criação de gado e cultivo de cana-de-açúcar.

O complexo arquitetônico é composto pela casa-grande, casa de engenho, os prédios onde a produção era guardada, casa para produção de aguardente, e a senzala – que já foi demolida, restando só os alicerces. A data na fachada da casa-grande é de 1882 – provavelmente, o ano em que a construção foi finalizada. Em frente ao local passa um açude, que também foi concebido pelo barão, para armazenar a água da chuva.

Como chegar

Clique aqui para direcionar ao local das ruínas.

Referências

O passado em ruínas da Atlântida do Sertão

Conheça a história da baronesa de Serra Branca, que libertou os escravos em Assú

Vivaldo Costa solicita restauração de casarão histórico em São Rafael

História ameaçada



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