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31/05/2002
A gorduchinha é polêmica

A partir de hoje, bilhões de torcedores de todo o mundo estarão voltando sua atenção para o Japão e a Coréia, e todos os olhares estarão voltados à maravilha tecnológica que é o centro da festa.

A Fevernova, bola oficial da Copa do Mundo, é uma reunião de materiais de alta tecnologia, testados por engenheiros para que apresentassem a performance mais elevada possível. Ela é uma obra de arte, com um design criado especialmente para celebrar os avanços tecnológicos da Coréia e do Japão. Só tem um problema: os jogadores a odeiam.

Zlatko Zahovic, craque da seleção croata, diz que "a bola é a pior de todos os tempos". "É muito simples", diz o zagueiro francês Mikael Silvestre. "Ninguém gosta dessa bola".

Mas qual é o caso, afinal?

A fabricante da bola, a alemã Adidas, diz que a Fevernova é "a bola de futebol mais precisa que já foi produzida". No lugar do tradicional couro usado nas bolas de futebol há séculos, a nova bola é feita totalmente de materiais sintéticos, entre eles uma cobertura de poliuretano e um material chamado espuma sintática.

A espuma sintática é muito usada em dispositivos de flutuação e como isolante térmico em equipamentos elétricos. Na Fevernova, este material fica logo abaixo da concha de poliuretano da bola, recobrindo a câmara de borracha em seu centro.

A espuma, de acordo com a Bayer, empresa alemã que fabrica o material, consiste de "microcélulas de tamanho igual, altamente elásticas, excepcionalmente resistentes e preenchidas com gás". De acordo com a Adidas, isso significa que a bola retorna a energia dos chutes igualmente em todos os pontos de sua superfície, o que faz com que sua trajetória seja mais precisa e previsível do que a de qualquer outra bola. Além disso, a espuma é altamente elástica. Assim, mais energia é transferida para a bola quando é chutada, o que faz com que se mova mais rapidamente.

Além da espuma sintática, a bola também possui uma rede trançada ao redor da câmara, o que a Adidas chama de malha de Raschel. Ela impede que a bola se deforme quando chutada, o que evita desvios indesejáveis.

Os testes feitos pela Adidas e a Bayer concluíram que a Fevernova é 25% mais precisa e 10% mais rápida do que a bola usada na copa de 1998. Muitos jogadores, no entanto, acham que essa precisão extra não é tão evidente assim.

Jeff Agoos, zagueiro da seleção americana, acha a nova bola muito difícil de controlar. "É a bola mais leve com que já joguei", afirma.

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