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08/07/2005
Cliente paga até R$ 480 por uma taça de vinho

Parece um shopping comum, exceto no preço. O cliente que faz uma pausa durante as compras na nova loja Daslu, em São Paulo, encontra uma versão de luxo da "praça de alimentação" dos centros de compra tradicionais. Mas, ao invés de redes de fast food comuns, as opções são restaurantes e bares conceituados, onde é possível, inclusive, pagar cerca de R$ 500 reais para tomar uma taça de vinho francês.

Um dos destaques é a unidade da Expand que o empresário Otávio Piva de Albuquerque instalou na loja. Situada no andar destinado à tecnologia, a loja de 100 m² do Wine Expand Bar tem visual futurista. Em vez da tradicional adega de madeira, os espaços para guardar e expor os vinhos são de vidro e aço. Tudo climatizado.

São mais de mil rótulos de 13 países, por todos os preços - até os R$ 23 mil do francês Chateau Petrus 98. Serão servidos sempre oito tintos, um branco e um champagne, mudados a cada mês.

Nestas primeiras semanas, foram selecionados vinhos especiais como o Richebourg 97 (França) por R$ 480 a taça (a mais cara) e o Sassicaia Bolgheri DOC. 2000 (Itália) por R$ 148 a taça, até o Rio Sol Reserva Assemblage 2003 (Brasil) por R$ 12 a taça. Em breve, o serviço de "comidinhas", fornecido pelo Empório Santa Maria, estará em funcionamento, com tábuas de queijos e frios, e fondues, entre outros.

Mas que espaço mais encantador a mais luxuosa loja do País conseguiria oferecer que um sofisticado bar de champagne onde - graças a um especialíssimo acordo com a Moët & Chandon - se pode optar por taças individuais da bebida com a chancela LVMH? Pois esta é a proposta da empresária Patrícia Piva, na nova Daslu. "Por enquanto, apenas o champagne Krug não é servido em taças", diz Patrícia, que mantém, é claro, garrafas inteiras do "precioso líquido". Mesmo com o champagne-bar, Patrícia continua com o espaço Pati Piva e seus afamados chocolates e doces, agora acrescido de quatro mesinhas - ali, além das guloseimas, também se pode optar pelos drinques com champagne, como um agradável Bellini.

Enquanto se degusta uma taça de Don Pérignon nada melhor que escolher entre os deliciosos "amuses bouches" do cardápio elaborado por Marisa Revoredo Campos, sócia de Patrícia. As entradinhas, em porções de bom tamanho, são especialíssimas: tarteletes, o foie gras e as ovas de peixe, tradicionais acompanhantes do champagne e, ainda, um imperdível Croque Monsieur.

Destaque para as sobremesas, como não poderia deixar de ser em se tratando de Pati Piva. As sobremesas ganharam catalogação por cores: depois de ler a descrição no cardápio, pode se optar pelas vermelhas, azuis ou douradas. As dez mesinhas que formam o espaço permitem uma visão geral da loja, uma possibilidade de ver e ser visto por amigos especiais.

Rótulos de uísque

As novidades para os amantes de uma boa bebida se espalham por outros espaços. A divisão de produtos de luxo da multinacional Diageo também tem parcerias.

No principal restaurante, o Leopolldina (do mesmo grupo do Leopolldo Plaza), o destaque é a vodca Ciroc. De origem francesa e a única do mundo elaborada com uvas, é base da carta de dry martinis, apreciados tanto no salão quanto no bar de espera, em meio à ambientação tropical - as garrafas de Ciroc enfeitam a parede, junto a outras preciosidades como os mais sofisticados rótulos de Johnnie Walker.

Mas a principal participação da Diageo se dá no Whisky Bar Reserve, espaço exclusivo no segundo andar da loja, cujo nome alude à "Reserve Brands Group", unidade de bebidas de alto luxo da Diageo e presente apenas em Londres, Milão e São Paulo.

A capital paulista foi escolhida por concentrar negócios e consumidores do luxo. "O principal objetivo é dirigir-se ao público no conceito de new luxury, que se baseia na idéia de que luxo não é pura ostentação, e sim o consumo de um produto diferenciado", explica a gerente Tânia César.

No Whisky Bar Reserve, diariamente, no final da tarde - o funcionamento é restrito à happy hour - são oferecidos graciosamente aos clientes da loja os uísques Johnnie Walker da linha super-premium, para degustação: Blue, Gold e Green Label.

Variam de acordo com o dia e cada um sugere uma situação: o Blue Label é focado em celebrações de conquistas profissionais; o Gold tem apelo que remete ao glamour e à indulgência, e o Green Label, único feito de puro malte, atinge público mais cool e descontraído. De fundo, a música do DJ Felipe Venancio.

Hotéis

Além da Daslu, as opções de bares interessantes, evidentemente, não se esgotam. Sempre há novidades. Uma delas é o Il Piano Bar HiFi, recém-inaugurado no LHotel.

Segue a tendência moderna dos exclusivos bares de Wall Street, em Nova York, e da City de Londres. Integrando tecnologia de ponta em áudio e vídeo, com a classe e sofisticação de um tradicional bar inglês, o Il Piano Bar HiFi tem tela de plasma de 42 polegadas, sistema de caixas acústicas HiFi e amplificador Dolby Digital, e é local ideal para um agradável happy hour. Oferece um bufê de cortesia com canapés variados para acompanhar os drinques ou os uísques de 12 anos, ou mais.

No Hotel Unique funciona o The Wall Bar, outro bar clássico com destaque para a arquitetura, um mix perfeito do projeto de Ruy Ohtake e ambientação de João Armentano. Uma imponente parede de concreto, com 15 metros de altura, forma uma verdadeira onda ao fundo - alusão ao filme "The Wall", com o Pink Floyd. Nela, centenas de garrafas, com bebidas do mundo todo, ficam expostas em prateleiras que vão até o teto.

Posicionadas nas extremidades dessa parede, duas esculturas barrocas, vindas do acervo do colecionador Ugo di Pace, realçam o ambiente e estabelecem um contraponto entre a modernidade das linhas do lugar com o estilo barroco do século 18.

Além dessas preciosidades da arte brasileira, a área tem outras atrações, como a cadeira Proust, executada pelo artista plástico italiano Alessandro Mendini. A obra é destaque internacional desde que foi premiada em Milão, em 1984.

Os freqüentadores podem bebericar no extenso balcão ou sentados em confortáveis sofás no lounge montado no lobby do Unique. Agregado a esse espaço, existe a biblioteca, com diversos livros de arte, design, história.

Uma leitura que pode ser feita em outra referência de design: as cinco cadeiras pretas, desenvolvidas pelo artista plástico italiano Gaetano Pesce, em feltro. São maleáveis, dando a gostosa sensação de abraço. O coquetel Unique, com vodka preta Blavod, licor de limoncello, é o destaque do cardápio.

Para os boêmios

Por fim, para quem sentir falta de um verdadeiro bar de boêmio, o Astor. Toda a coquetelaria clássica está lá, concorrendo com o chope de primeira. Na culinária o conceito é o da "cozinha boêmia", que resgata pratos como o picadinho, os sanduíches de atum e salmão à moda do lendário Harrys Bar de Veneza, pastéis de bacalhau, estrogonofe ou steak tartar.

A petiscaria também é completa: da ostra fresquinha ao balcão de sanduíches. E repare bem o balcão que tem cerca de 120 anos e foi garimpado em um antiquário na Filadélfia.

Emmanuel Bassoleil, Georges Henri Foz, Alessandro Altobelli, Onorato Fiorentino e Juan Troccoli são os proprietários de outra preciosidade, o Azucar, uma "embaixada festeira" da cultura latino-cubana. Os ritmos quentes movimentam a noite e já viraram até CD.

No cardápio, pinchos de camarões e frangos, além des drinques especiais. Tome pelo menos um mojito, que no Azucar é feito com o melhor rum cubano, o Havana Club. Hoje, o bar é o maior comprador da bebida do grupo Pernod Ricard na América Latina.

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