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28/05/2002
BCP estuda união com outras celulares

O processo de negociação da BCP, operadora celular da região metropolitana de São Paulo, pode levar a uma associação com outras operadoras, num momento em que as empresas de telefonia móvel se preparam para enfrentar o aumento da competição.

Segundo informações do mercado, a BellSouth, que possui 44,5% de participação na companhia, teria retomado os contatos com a Telecom Americas - que controla as celulares brasileiras ATL, Americel, Tess e Claro Digital - para formar um bloco único. A Telecom Americas informou, por meio da assessoria, que não existe informação a esse respeito.

A BCP deixou de pagar, na última semana de março, uma dívida de US$ 375 milhões. Desde então, a BellSouth negocia com os credores um débito total que chega a US$ 1,6 bilhão. As negociações incluem a venda da participação de 44,5% do Grupo Safra na BCP para a operadora americana. Os outros acionistas são o Grupo Estado (6%), a Splice (2,8%) e a BSB Participações (2,2%).

Para o analista Luís Minoru, do Yankee Group, mesmo sem um acordo com a Telecom Americas, a BellSouth tende a vender a BCP. A operadora norte-americana anunciou este mês a decisão de não se expor a novos investimentos na América Latina. Uma união com a Telecom Americas deixaria a BCP numa posição melhor para concorrer com a empresa que unirá as operações móveis da Portugal Telecom e da Telefônica e com a TIM, que cobrirá todo o País.

A negociação da dívida da BCP é muito mais difícil que a da Vésper, segundo o consultor Virgílio Freire, da Brisa. "Os credores da Vésper eram fornecedores, enquanto os da BCP são bancos", destaca. A Vésper conseguiu um desconto de cerca de 80% da dívida. "Os fornecedores não vivem de empréstimos e os bancos são mais inflexíveis."

Fonte: Estadão

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