18/11/2002
Jovem passa 9 meses na frente de computador
"A gente é que traz a comida, pois ele não larga essa cadeira e esse computador", diz Chang Mei-chun, uma funcionária do cibercafé Internet X da cidade de Chiayi, no centro de Taiwan. Um dos clientes do lugar disse que "é mais barato viver em um cybercafé que em uma pensão", e afirmou que é exatamente isso que o "Gigante Verde" faz, já que não tem trabalho nem casa.
A proliferação dos cybercafés em Taiwan, abertos as 24 horas do dia, surgiu depois da aparição de muitos jogos na internet que fizeram sucesso entre os jovens de Taiwan. Em pouco tempo, os estabelecimentos se transformaram em ponto de reunião para milhares de jovens. "Uma hora de Internet custa meio dólar, mas há ofertas para períodos mais longos", diz um estudante de 17 anos frequentador assíduo destes lugares.
O dono do cibercafé Shipai, Wii Lihung, disse que o caso do "Gigante verde" chega até os extremos, mas não é o único caso, já que muitas pessoas residem neste tipo de estabelecimento e não aparecem em casa. Há alguns meses, um dos clientes de um cybercafé morreu enquanto jogava, o que provocou protestos sobre o nível do efeito que estes jogos provocaram em Taiwan.
As autoridades começaram a levar o assunto a sério e algumas prefeituras aprovaram regulamentos que impedem a abertura de um destes cafés a menos de duzentos metros das escolas e que proíbem o uso dos computadores do estabelecimento aos menores de quinze anos de idade. Os proprietários dos locais temem as repercussões destes "casos isolados" para seus negócios, e estão dispostos a colocar nos estabelecimentos câmeras conectadas diretamente com a polícia.
"Os cybercafés não são lugares ruins e não somos estabelecimentos onde se oferecem jogos de azar", disse Murphy Wang, que foi apresentador de televisão e agora é presidente dos proprietários de cybercafés em Taipei.
