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25/11/2002
O Senhor dos Anéis tem continuação audaciosa

Tipo de notícia: Diversos

Espectadores, atenção. "As Duas Torres", a deslumbrante segunda parte da trilogia "O Senhor dos Anéis", começa exatamente onde o primeiro filme parou. Não há nenhum texto estilo "Guerra nas Estrelas" para situar a ação, nenhuma compilação rápida de cenas do primeiro filme, nenhuma narração de Cate Blanchett na abertura? Não, nada. Ele começa em meio aos acontecimentos, como se você tivesse saído da sala por alguns segundos para comprar mais pipoca. Se você não assistiu "A Sociedade do Anel", Peter Jackson, o diretor mágico da trilogia, não vai lhe fazer nenhuma concessão.

"Eu sei que a New Line (o estúdio que está lançando os filmes) preferiria que nós apresentássemos uma recapitulação", disse o diretor, sentado em um escritório em Wellington, Nova Zelândia, falando com um alegre sotaque neozelandês e espiando por trás de seus cachos de cabelos e grandes óculos de aro de metal. "Mas eu acho que é um tipo de expediente muito TV. Eu acho que a quantidade de pessoas que assistirão "As Duas Torres" sem terem assistido "Sociedade" será diminuta. Se você não puder gastar US$ 3 ou US$ 4 para alugá-lo antes de assistir "As Duas Torres", não há sentido em ir".

Não é sempre que você ouve diretores dizendo para alguém ficar longe de seus filmes. Mas Jackson é a definição de um purista. Para ele, "As Duas Torres" não é uma seqüência de "A Sociedade do Anel"; é apenas o segundo ato de três horas de uma trilogia épica de nove horas chamada "O Senhor dos Anéis". O DVD completo deve estar disponível apenas em 2004.

A princípio, os co-presidentes da New Line, Bob Shaye e Michael Lynne, não ficaram contentes com a falta de algum tipo de prólogo, mas eventualmente cederam. Era apenas outra de suas apostas épicas. "Nós terminamos concordando com ele", disse Shaye, "porque não se tratava do antigo clichê, Da última vez que vimos Zorro..."

Da última vez que vimos Jackson, um ano atrás, ele era um neozelandês muito nervoso. Sua trilogia "O Senhor dos Anéis" era considerada talvez o empreendimento mais arriscado da história do cinema. Baseada no romance mítico de espada e feitiçaria em três partes de J.R.R. Tolkien, os filmes foram rodados simultaneamente durante uma filmagem colossal de 15 meses. Jackson, um diretor relativamente desconhecido que raramente coloca os pés fora da Nova Zelândia, e que era mais conhecido por filmes espirituosos de baixo custo, recebeu um orçamento de US$ 270 milhões. O custo eventualmente subiu para US$ 310 milhões. Se o primeiro filme tivesse fracassado, então a New Line (que, assim como a Time, é de propriedade da AOL Time Warner) teria mais duas bombas na mão, com o estopim aceso.

"A pressão sobre nós antes do lançamento do primeiro filme era, obviamente, extrema", disse Jackson, 41 anos. "Nós nunca falamos muito sobre isto. Todavia, estava presente todo dia". A aposta se pagou. "Sociedade" se tornou o segundo filme de maior bilheteria de 2001, logo atrás de "Harry Potter e a Pedra Filosofal", e estabeleceu Jackson como o George Lucas neozelandês. O filme arrecadou US$ 860 milhões em todo o mundo e recebeu 13 indicações ao Oscar, incluindo a de Melhor Filme.

O filme "A Sociedade do Anel" foi lançado apenas três meses depois dos ataques de 11 de setembro, e sua luta do bem contra o mal atraiu o público que estava à procura de clareza moral à moda antiga. Assim como os leitores nos anos 50 (quando os livros foram publicados) encontraram paralelos com a Segunda Guerra Mundial, e os hippies dos anos 60 se sentiram atraídos pelos hobbits amantes da paz, uma nova geração abraçou a visão nostálgica de Tolkien de um mundo perdido, um passado imaginário tanto idílico quanto brutal. De fato, a paixão pelo primeiro filme e este faz parte de uma nova obsessão americana pela fantasia, uma jornada nacional a um passado mítico onde o mal é punido e a virtude é recompensada.

Apesar de haver pouca dúvida de que "As Duas Torres" será um sucesso de bilheteria, Jackson ainda está tenso. "A pressão do ano passado era, O estúdio vai sobreviver?" disse o diretor. "A pressão neste ano é, será que as pessoas vão gostar deste tanto quanto do primeiro?" A resposta é sim, ou pelo menos provavelmente. "A Sociedade do Anel" era um filme freqüentemente tranqüilo e apresentava um ritmo deliberadamente cadenciado. "As Duas Torres" é um filme de ação despudorado. Até Ian McKellen, como o feiticeiro Gandalf, contribui com sua parcela de combate. Aqueles que apreciam os pontos mais sutis da obra de Tolkien ficarão desconcertados pela grandiosidade de alta tecnologia do novo filme. "É impressionante", disse o astro de "As Duas Torres", Viggo Mortensen, "mas se você der tanta ênfase aos efeitos especiais, é inevitável a perda de parte da poesia e intimidade da história". Mesmo assim, aqueles que preferem guerreiros bestiais grunhindo e empunhando suas espadas ao invés de gentis hobbits dançando, ficarão empolgados. "As Duas Torres", disse Jackson, "definitivamente não é tão bonitinho (como A Sociedade do Anel). Ele tem um tom mais rude".

Os diversos cenários do filme vão desde os picos intocados e cobertos de neve da Terra-média (filmada em várias locações na Nova Zelândia), até a cidade de Isengard (uma composição de maquetes e imagens geradas por computador), que é destruída espetacularmente por uma brigada de criaturas altas como árvores conhecidas como ents. Enquanto isso, o herói hobbit Frodo (Elijah Wood) continua sua missão: destruir o Anel mágico antes que o Senhor das Trevas Sauron possa usá-lo para governar o mundo. Aragorn (interpretado por Mortensen, que se transforma diante dos seus olhos de um bonitão taciturno a um astro de cinema completo) atravessa as planícies desoladas da Terra-média para salvar o que restou da humanidade. Disposta contra ele está uma armada de uruk-hai, guerreiros de armadura que fazem Freddy Krueger parecer positivamente acalentador. A batalha no Abismo de Helm, um episódio breve no livro de Tolkien, se torna uma batalha pela sobrevivência da espécie humana e um momento central de tirar o fôlego no filme de Jackson.

O diretor prontamente admite que dos três filmes, "As Duas Torres" é o que mais se afasta da obra de Tolkien. "Nós estávamos cientes de que estávamos fazendo os filmes para os fãs de Tolkien tanto quanto para as demais pessoas", disse Jackson, que co-escreveu o roteiro com Philippa Boyens e Fran Walsh. "No começo, foi uma corda-bamba difícil de atravessar, mas então nos meio que deixamos de pensar nisso. Se fizéssemos um bom filme, nós seríamos perdoados, independente dos crimes que tivéssemos cometido contra o livro". Arwen, a bela elfa interpretada por Liv Tyler, não aparece no livro. Mas no filme, Jackson criou cenas de amor entre ela e Aragorn, um romance baseado em um apêndice que Tolkien escreveu posteriormente sobre o relacionamento condenado deles.

As cenas de amor foram adicionadas no verão passado. Apesar de grande parte da trilogia ter sido filmada durante a filmagem inicial, que teve início em 1999, Jackson realizou filmagens adicionais tanto para "Sociedade" quanto para "As Duas Torres". Mesmo após seis semanas de novas filmagens no verão passado, os cineastas sentiram que ainda faltava uma cena que ligasse todas as tramas de "As Duas Torres". Em setembro passado, Boyens e Walsh escreveram um monólogo para Sam, o hobbit esperançoso interpretado por Sean Astin, no qual ele pede para que Frodo não abandone sua missão. "Há bem no mundo, e vale a pena lutar por ele", disse Sam. Os roteiristas a princípio acharam que era muito piegas. "Isto não soa como algo que George Bush diria?" disse Boyens. Agora é um dos pontos altos do filme.

"As Duas Torres" termina, naturalmente, com um gancho, que será resolvido em "O Retorno do Rei", a parte final, que será lançada no ano que vem. Uma pré-montagem do filme já foi concluída e está no cofre de Jackson. O produtor Barrie M. Osborne está tentando trazer o elenco de volta à Nova Zelândia para filmagens adicionais no próximo verão.

Pergunte a Peter Jackson como "O Senhor dos Anéis" mudou sua vida e ele responderá: "Que vida?" Por cinco anos, ele se dedicou ao "Senhor dos Anéis", sempre com Walsh ao seu lado. Apesar de nunca terem se casado, eles têm dois filhos (Kate, de 6 anos, e Billy, de 7) e uma casa antiga com vista para a baía em Wellington. O casal se conheceu na estréia do primeiro filme de Jackson, "Bad Taste", de 1987, um horror nojento sobre alienígenas comedores de seres humanos. O que raios Walsh viu no jovem cineasta? "Eu acho que foi a seqüência em que comem os cérebros", disse ela, que estava escrevendo para a televisão na época e compartilha do senso de humor macabro de Jackson.

Os dois começaram a trabalhar juntos quase que imediatamente. O roteiro deles para o assustadoramente brilhante "Almas Gêmeas" de 1994, sobre um famoso caso de assassinato na Nova Zelândia, lhes valeram uma indicação ao Oscar e os colocou no radar de Hollywood. A Universal logo contratou Jackson para dirigir "Os Espíritos", uma comédia de horror de 1996 estrelada por Michael J. Fox. O filme não fez muito sucesso, mas permitiu que Jackson adicionasse uma divisão de computação à Weta Workshop, a empresa de efeitos especiais que ele formou anos antes com Richard Taylor.

Esperando fazer uso da empresa recém reforçada, ele começou a nutrir a idéia de um filme de fantasia. "Eu pensei, Parece que ninguém mais está fazendo eles", disse Jackson. "Fran ficava dizendo que O Senhor dos Anéis era o protótipo (para fantasia), e se não pudéssemos pensar em algo melhor, não devíamos nem tentar. Eventualmente chegamos à pergunta óbvia: O que está acontecendo com O Senhor dos Anéis? Por que não tentamos fazê-lo?"

Ele e o chefe da Miramax, Harvey Weinstein, começaram a planejar uma adaptação em duas partes da trilogia de Tolkien. Mas logo Weinstein ficou nervoso em relação ao custo. E Jackson ficou nervoso quando Weinstein sugeriu que resumissem a história em apenas um filme. Em 1998 a Miramax permitiu que o cineasta oferecesse o projeto para outros estúdios, mas sob duas condições estritas: quem comprasse teria apenas 72 horas para pagar os US$ 12 milhões que Weinstein gastou nos custos de pré-produção, e Weinstein teria que ter uma garantia de 5% da renda.

Foi uma venda difícil. "Harvey ofereceu termos bem severos", disse Ken Kamins, o agente de Jackson na ICM. "Além disso, as pessoas achavam que Peter não tinha sido testado para algo desta magnitude". Mas Mark Ordesky sabia. Um executivo da New Line -- e um velho amigo de Jackson -- Ordesky defendeu "O Senhor dos Anéis" junto aos seus chefes, Shaye e Lynne. "Muita gente em todo o mundo conhece os livros", disse Shaye, que sugeriu que deviam fazer três filmes. "Ele já estava maravilhosamente pré-vendido. Era como Super-Homem ou Batman". Filmando todos ao mesmo tempo, eles raciocinaram, o custo por filme seria reduzido; a maioria dos astros, por exemplo, receberia apenas 1,5 vezes seus cachês habituais por filme, na prática trabalhando pela metade do preço. O estúdio também seguiu sua prática habitual de vender os direitos internacionais para cobrir os custos de produção. O investimento inicial da New Line na franquia foi de apenas US$ 25 milhões por filme.

Apesar do contrato inicial de Jackson ditar que cada filme não teria uma duração maior do que 2 horas e 20 minutos, a New Line concordou com uma duração de quase 3 horas para "A Sociedade do Anel". "A questão era: O quão bom é o filme?" disse Lynne. "Nós todos o achávamos incrível". Isto não quer dizer que a New Line e Jackson não tiveram alguns fortes desentendimentos. Uma das batalhas mais memoráveis foi quanto ao final de "Sociedade"; os executivos da New Line queriam um final mais repleto de ação. "Mas eu não acho que chegamos a entrar em uma disputa para ver quem berrava mais alto", disse Shaye. Jackson está recebendo mais de 10% da receita do filme, e grande parte de sua nova fortuna está sendo reinvestida em seu negócio.

Além de sua empresa de efeitos especiais, ele é dono de uma produtora, também com sede em Wellington, e está construindo uma empresa de pós-produção perto de sua casa. "Desde que era pequeno e sonhava em ser um cineasta, eu nunca imaginei em ir para Hollywood", disse Jackson.

No início deste ano, Jackson perdeu cinco semanas de precioso tempo de pós-produção agradando os membros da Academia nos Estados Unidos, para conquistar votos para o Oscar. "Foi uma experiência altamente desagradável", disse ele. "Se tivermos sorte de receber indicações, eu ficarei contente em aparecer na cerimônia de premiação, mas não quero ter que ficar desfilando".

Jackson também espera que suas empresas atraiam outros cineastas de Hollywood a injetarem dinheiro na economia da Nova Zelândia. Parte do próximo filme de Tom Cruise, "The Last Samurai", será filmado lá. O império de Jackson fica a uma curta distância, seguindo por uma estrada nas montanhas, da casa onde ele mora com Walsh. Eles formam um casal curioso; ela é magra e ele gordo, e eles fazem graça um com o outro constantemente. Além de co-escrever o roteiro, Walsh dirigiu pedaços da trilogia. "Estes filmes são grandes demais para uma só pessoa". Daqui um ano ele e Walsh estarão perto de ter encerrado "O Senhor dos Anéis", e já estão planejando seu próximo projeto. Jackson diz que será algo mais próximo da escala de "Almas Gêmeas". "Ele me deve um filme pequeno depois disto", disse Walsh. Mas não há nada pequeno em relação ao que realizaram até agora.


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