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23/06/2002
Quanto custam os Gordinho

A questão da obesidade nos Estados Unidos deixou de ser um caso de saúde pública e invadiu a esfera das grandes corporações. Empresas da área de alimentos e até da aviação civil já desenvolvem estratégias específicas para enfrentar essa questão, que a cada dia vai assumindo matizes econômicas. Estudo da Aliança Nacional de Saúde e Atividades, organização formada por 225 grupos da área de saúde dos EUA, mostra que 60% da população daquele país está acima do peso. O estudo constatou que 300 mil pessoas morrem por ano por conta de doenças ligadas ao excesso de peso, número próximo dos 400 mil óbitos causados pelo fumo. A obesidade causa prejuízos anuais à economia norte-americana de US$ 117 bilhões, cerca de 20% do PIB brasileiro em 2001.

O estudo culpa as grandes redes de fast-food pela disparada da obesidade entre os americanos. O golpe foi sentido pelas grandes corporações. Empresas como Coca-Cola e McDonald’s começaram a fazer campanhas que, pasmem, pedem aos consumidores que consumam menos. Os anúncios podem parecer estranho: consumam menos. Afinal, o objetivo de uma companhia de alimentos é justamente vender cada vez mais. A idéia por de trás dos anúncios é combater a obesidade infantil, antes que a doença se torne um caso crônico na nova geração que vem aí. O estudo sugere que os cardápios dessas redes tragam opções de lanches saudáveis e critica as promoções nas quais sanduíches e bebidas podem ter seus tamanhos dobrados por apenas alguns centavos a mais. No setor aéreo, o assunto também vem causando controvérsias. A empresa norte-americana Southwest Airlines anunciou que vai cobrar duas passagens das “pessoas com tamanho maior”. Em bom português, os gordinhos que teimarem em invadir o assento alheio terão que pagar a mais. A direção da empresa justificou a medida porque 90% das reclamações que recebe tratam justamente do incomodo que é viajar nas poltronas ao lado de pessoas obesas.

Fonte: IstoÉ Dinheiro

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